Maraisa Marques é consultora de imagem, produtora de conteúdo e entusiasta da sustentabilidade na moda. Formada em Comunicação Social e atualmente se especializando em Semiótica. É autora do site Estilo com Alma, onde fala de imagem pessoal, consumo de moda consciente, beleza natural e autoconhecimento.
Conheça mais em: @estilocomalma | estilocomalma@gmail.com
Uma verdade: toda roupa comunica uma mensagem. Temos um
armário cheio de coisas a serem ditas e, mesmo assim, não sabemos direito como
nos expressar.
No passado, a moda ditava as
tendências. Primeiro elas eram absorvidas pelas classes dominantes e depois
pela grande massa, que copiava o estilo dos mais nobres, numa tentativa de se
igualar através da imagem.
Depois isso mudou. E então a moda
ficou um tanto fluida e democrática. Mais tarde, passou a valorizar a autonomia
das pessoas para escolher o que vestir e, por consequência, a segmentação pela
estética diminuiu. Não existe apenas um padrão de referência a ser seguido.
Ainda que exista uma divisão entre luxo e moda popular, somos livres para
escolher nossas roupas (acredite, já existiram leis que determinavam o que cada
um podia vestir).
Quase um mundo ideal, não fosse
pelo ritmo acelerado que a moda passou a cuspir tendências. Onde já se viu
quatro, cinco, seis coleções por ano? Se a gente usa a moda para expressarmos
quem somos, então, quem “eu sou” muda a cada estação do ano? Como construir um
estilo? Será que tanta oferta ajuda mesmo na construção de uma identidade
através da aparência? Com essa quantidade de referência para seguir e pessoas
para se inspirar, será que sabemos se o que escolhemos foi por que realmente
gostamos? Ou porque fomos influenciados?
Cresci em meio a revistas como
Capricho, Toda Teen e Marie Claire que dividiam as mulheres em estilos
estereotipados como “patricinhas”, “hippies”, “nerds”, “roqueiras”, “góticas”e
“emos”.
Na adolescência e até jovem,
percebi que eu não me encaixava em nenhum desses estilos. Por mais que eu
sentisse necessidade de fazer parte de um grupo, eu gostava de tantas coisas
desconexas que chamei isso de ser estranha. E assim ficou acordado, durante um
bom tempo, entre mim e meu pequeno e tosco universo que ter estilo era coisa de
quem tem turma, pra sair igual.
Agora imagine que louco se todo
mundo se cansa de ser parecido e resolve se vestir de si mesmo? Imagine que
afronta, a coragem de ser complexo e ambivalente?
Eu estou escrevendo sempre, no
meu blog e no Instagram, reflexões sobre como a moda mudou e do quanto ela
agora nos permite sermos mais reais, mas também sobre como sofremos para
descobrir como nos expressar. Como é difícil separar o que “eu gosto” do que
“eu sou”.
Passei uma vida tentando separar o “quem sou eu” da fantasia do “quem eu gostaria de ser”. Estudando, aprendendo, errando, copiando e desconstruindo pré-conceitos. E esse é o único caminho possível: achar seu estilo apesar desse mundo infestado de tendências e regras a serem seguidas. Ainda assim, ele muda. O estilo muda quando nós também mudamos. Se tem uma coisa que eu aprendi, depois de tudo o que vivi e estudei em moda, é que a gente só sente que encontrou um estilo quando damos valor à nossa intuição. Só assim conseguimos comunicar uma mensagem coerente. Aquela vozinha, sabe, te dizendo que você não precisa se encaixar em nada pra ser autêntica? Isso é o que eu chamo de estar vestida de mim mesma.
Se quiser aprender um pouco mais sobre estilo, deixe sua dúvida aqui!
Maraisa Marques é consultora de imagem, produtora de conteúdo e entusiasta da sustentabilidade na moda. Formada em Comunicação Social e atualmente se especializando em Semiótica. É autora do site Estilo com Alma, onde fala de imagem pessoal, consumo de moda consciente, beleza natural e autoconhecimento.
Conheça mais em: @estilocomalma | estilocomalma@gmail.com
Babosa para nutrir os cabelos, chá de camomila para dar brilho, borra de café esfoliante e abacate para hidratar a pele. Certamente você ouviu falar sobre essas receitas e teve uma sensação nostálgica, pensando se tratar de “dicas de vó”. Mas é justamente esse resgate às tradições que o movimento slow beauty propõe: menos cosméticos industrializados e mais práticas de autocuidado.
Nos últimos anos, passamos a ter
mais consciência dos produtos que consumimos e nos preocupamos mais em ter uma
alimentação saudável e natural. Aprendemos a ler os rótulos no supermercado e a
comprarmos alimentos orgânicos, menos processados e com teor reduzido de
substâncias artificiais. E essa lógica se estendeu ao universo da beleza.
Afinal, a pele é o maior órgão do nosso corpo, tudo que usamos nela pode chegar
até a corrente sanguínea, e os cosméticos convencionais estão repletos de
componentes tóxicos.
Na contramão desse movimento, a
indústria da beleza se concentrou em oferecer produtos com performance química
e tecnologia de ponta. Abusam da mensagem implícita de um ideal a ser
alcançado, incentivando a busca das mulheres por uma beleza irreal, baseada em
padrões estereotipados e inatingíveis.O slow beauty contraria essa tendência:
propõe um novo olhar para os rituais de beleza. Mais abrangente, ele une
beleza, alimentação e bem-estar.
A proposta é desacelerar. Livre
dos excessos, ganha-se mais consciência do próprio corpo e até mesmo do
processo natural de envelhecimento. Os rituais de beleza deixam de ser uma
guerra contra os sinais do tempo e se transformam em uma celebração da
qualidade de vida. Além disso, encoraja um pé no freio do consumo e uma maior
preocupação com a procedência dos produtos, se apropriando do uso de
matérias-primas da natureza.
O óleo de coco, por exemplo, pode
ser usado de diversas maneiras, como pré-shampoo, hidratante corporal,
demaquilante, reparador de pontas e até como enxaguante bucal. É possível
nutrir a pele, os cabelos e as unhas com ingredientes que você tem na cozinha,
frutas, ervas e óleos vegetais.
Não existe regra, nem um ritual
de transição para o slow beauty. Há quem defenda (e eu tendo a concordar) que
não adianta ser radical e excluir todos os cosméticos convencionais, pois tudo
depende de ouvir o próprio corpo.
Acompanho o trabalho da Marcela
Rodrigues, que é uma das mais conhecidas praticantes de slow beauty. Em seu
blog ‘A Naturalíssima’, ela compartilha diversas receitas de cosméticos
caseiros e rituais de beleza e diz: “a questão é que beleza natural é simples,
mas a transição não é simplória, tampouco rápida. É muito mais do que fazer
substituições e reproduzir receitas. Pede presença, calma, alma. Poético
demais? E é. Mas também é um caminho de realismo com gentileza”.
Essa
tendência estimula cada vez mais mulheres a enxergarem o conceito de beleza com
outros olhos. Muitas assumem seus cabelos cacheados, suas marcas do tempo e seu
corpo “fora dos padrões”. Uma verdadeira libertação da cultura opressiva da
beleza midiática, tão insistentemente disseminada. Devagar a gente entende que
bonito mesmo é ser real.
Se quiser aprender um pouco mais sobre cosméticos naturais e orgânicos, deixe sua dúvida aqui!
Maraisa Marques é consultora de imagem, produtora de conteúdo e entusiasta da sustentabilidade na moda. Formada em Comunicação Social e atualmente se especializando em Semiótica. É autora do site Estilo com Alma, onde fala de imagem pessoal, consumo de moda consciente, beleza natural e autoconhecimento.
Conheça mais em: @estilocomalma | estilocomalma@gmail.com