Você sabe identificar a violência doméstica? Sabe quais são os mecanismos de combate?

O intuito deste texto é esclarecer muitos dos questionamentos que surgem nestas situações, com foco nas nuances trazidas pela Lei Maria da Penha.

Primeiro precisamos identificar quais são as possíveis vítimas desta violência. Neste ponto, tem-se que a proteção é para a violência doméstica em razão do gênero e abarca todo aquele que se identifica como feminino. Deste modo, a lei protege aquele que exerce o papel social de mulher, incluindo o homem homossexual, transgêneros e transsexuais.

O agressor pode ser não só o parceiro ou parceira da vítima, como também um parente ou pessoa que a vítima conviva, estando em relação de vulnerabilidade para com o mesmo.

Uma mãe, por exemplo, pode se enquadrar como agressora em determinados casos.

Os tipos de violência praticada são inúmeras e, não se baseiam somente na violência física, podendo ser psicológica, sexual, moral e, aquela que cause danos patrimoniais (como a perda de bens). Pode advir de uma ação ou de uma omissão também. Inclusive, atualmente precisamos ficar atentos as redes sociais e meios digitais, pois a violência pode acontecer por intermédio destes canais.

E a medida protetiva vem como parte de um mecanismo para tentar coibir este tipo de violência e amparar suas vítimas.

Existem 2 tipos de medidas atualmente em vigor. Aquelas voltadas ao agressor, para coibir determinados atos e aquelas voltadas para a proteção efetiva da vítima e, em alguns casos, dos filhos.

Percebam que não é só a medida de manter a distância entre o agressor e a vítima, existem outras bem interessantes. Inclusive voltadas para a proteção patrimonial. E, essas medidas podem ser aplicadas em conjunto ou separadamente dependendo da situação.

Vamos iniciar pelas medidas que obrigam o agressor:

1 – Suspensão da posse ou restrição do porte de arma de fogo com comunicação do órgão competente, se o agressor tiver porte.

2 – O afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida.

3 – Existe, também, a proibição de determinadas condutas, tais como, se aproximar da ofendida, de seus familiares, de testemunhas (fixa o limite de distância); fazer contato com a ofendida e com os familiares por qualquer meio de comunicação, inclusive WhatsApp, Facebook, Instagram; frequentar determinados lugares para preservar a integridade física e psicológica da vítima.

4 – Em determinadas situações, pode ser determinada a restrição ou suspensão das visitas aos filhos menores. Entretanto, isso não é tão simples, porque precisa ser realizada uma análise do caso juntamente com equipe de apoio multidisciplinar.

5 – Pode ser determinada a prestação de alimentos provisionais ou provisórios pelo agressor.

Algo pouco conhecido, mas muito importante, porque muitas vezes o agressor é o provedor do lar.

Agora, passamos as medidas que vem para amparar a vítima e seus filhos, caso tenha:

1 – Pode ser determinado o encaminhamento da ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção nos casos em que a vítima esta com a vida ou integridade ameaçada.

2- Determinar a recondução da ofendida e seus dependentes ao respectivo domicilio após o afastamento do agressor;

3- O afastamento da ofendida do lar, sem prejudicar seus direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos. Esclarece-se que existem as casas de acolhimento para receber estas pessoas.

Dentro das medidas de proteção a vítima, existem algumas de cunho patrimonial, que são:

1 – Restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor a ofendida. E aqui tem-se aqueles casos em que o agressor esconde, furta ou some com algum pertence da vítima.

2- Proibição temporária da venda de bens do casal, para evitar a dilapidação do patrimônio.

3 – Suspensão de procurações conferidas pela ofendida ao agressor.

Todas estas medidas podem ser cumuladas dependendo da situação e da necessidade da vítima. 

E diante de todas as questões apresentadas, surgem as perguntas mais comuns, que são:

A vítima vai precisar abandonar seu Lar? Vai ficar sem os filhos?

E a resposta é que mesmo que em determinadas situações ela seja conduzida até um abrigo, como exemplo em situações de risco de morte, existem medidas de apoio e recondução desta vítima ao lar.

Em qualquer circunstância, todos os direitos são mantidos, inclusive ao patrimônio e os relacionados aos filhos.

Como fica a questão financeira?

Existem diversas medidas de proteção ao patrimônio e existe a possibilidade do deferimento de alimentos provisórios, sendo o agressor será compelido a pagar.

Vou perder meus direitos se denunciar?

Não há a possibilidade de perda de nenhum direito.  

Vocês devem estar se perguntando: E como eu faço acionar estas medidas?

A vítima pode se direcionar a uma delegacia, preferencialmente a delegacia da mulher. No ato será lavrado o Boletim de Ocorrência – B.O e esse pedido será encaminhado pelo delegado ao Juiz pela análise em 48h.

Existe a possibilidade deste pedido ser levado diretamente ao Juiz ou ao Ministério Público, por meio de petição direcionada e nesses casos o pedido será analisado antes do prazo de 48h. Entretanto, trata-se de recurso utilizado para casos de extrema urgência.

A denúncia pode ser feita por terceiros, como, por exemplo, vizinhos e, pode ser anônima.

Os canais para a realização das denúncias são: pelo telefone (180 ou 190 – em caso de flagrante) e, aqui no Espírito Santo pelo site delegaciaonline.sesp.es.gov.br.

Quando a denúncia é realizada pelo site pode-se inclusive anexar fotos e é necessário deixar um telefone para que a delegacia entre em contato.

Kassia Angelo Astolpho

Acredita que a chave para relacionamentos duradouros vem da prevenção, identificando possíveis problemas futuros e, da manutenção diária da comunicação e cuidado entre o casal.

Kassia é advogada especialista em Direito de Família e Sucessões, sócia do escritório de advocacia Valentim e Astolpho, atua no mercado jurídico há nove anos e é uma das idealizadoras Instagram @valentimeastolpho e também produz conteúdo em seu Instagram pessoal @kassiastolpho.

Atualmente é membro da Comissão de Direito de Família e Sucessões da OAB/ES e sua missão é ajudar as famílias a manterem seus laços fortalecidos.

E-mail: kassia@valentimeastolpho.com.br

O poder da comunicação efetiva nos relacionamentos

A comunicação é poderosa não só nos relacionamentos conjugais e amorosos, mas em todos os âmbitos da vida. Aquele que sabe comunicar e se fazer entender certamente tem facilidade em atingir seus objetivos. Isto pelo simples fato de que as outras pessoas entendem claramente o que ele quer.

Comunicação pelo Dicio (Dicionário Online de Português) significa: “Ação ou efeito de comunicar, de transmitir ou de receber ideias, conhecimento, mensagens etc., buscando compartilhar informações.”

Ou seja, é o ato de transmitir ou receber uma mensagem e, mais do que isso, é se fazer entender por quem recebe.

Ressalte-se que a transmissão completa da mensagem envolve não só a fala, mas a linguagem corporal, o comportamento, tom de voz, ambiente e, até mesmo a vestimenta dos envolvidos.

Pense nisso: Como funciona uma relação onde um pede ao outro que pegue a blusa azul e ele traz a toalha rosa?

E, o melhor, pense: Onde esta o problema da comunicação? Em quem comunica ou em quem não entende?

Vamos explicar te contando uma história.

O casal Maria e João estavam planejando uma viagem aos EUA e, dentro do roteiro, havia a possibilidade da escolha de um entre dois hotéis em locais extremos. Ou seja, eles só poderiam escolher 1 hotel, ou o que ficava bem ao Norte do país ou um que ficava bem ao Sul.

Maria logo de cara curtiu o Hotel que ficava ao Sul, porque era mais bonito, completo e com os passeios mais a sua cara, mas não falou isso claramente a João. Ele, muito inteligente, queria ficar no hotel ao Norte, porque era mais próximo a uma Capital, apesar das péssimas acomodações.

Ao perceber o impasse, Maria começou a conversar com amigos e buscar formas de enaltecer o Hotel de sua escolha em detrimento do outro, mas João não entendia. Os dois começaram a ficar irritados e tiveram uma briga.

Nesta briga, Maria claramente disse qual era sua preferência e os motivos. Então, ao acalmar-se João entendeu e começou a resolver as coisas para que eles fossem para o Hotel definido por Maria, resolvendo a questão.

Ficou claro? Enquanto a decisão e vontade de Maria estavam somente na cabeça dela, João não conseguia ter clareza do que ela queria e a confusão se instalou. Por outro lado, como na mente de Maria já estava tudo claro, houve um ruído na comunicação.

E como resolver isso?

Primeiro seja claro com você mesmo e alinhe sua vontade internamente, depois comunique de forma simples e objetiva o que quer. Pense sempre que o outro não vai interpretar ou entender as entrelinhas, então seja claro e eficaz ao comunicar-se.

Comece pelas coisas simples como pedir que a pessoa busque a camisa azul que está no varal pendurado na área de serviço. Depois passe gradualmente aos assuntos mais complexos como planejamento de vida.

Mas, entenda, a comunicação emerge de dentro pra fora, ou seja, mesmo que seja, um conjunto do interior e do exterior, ela vem de dentro. Se sua casa interior estiver desarrumada, a comunicação dificilmente será efetiva.

Então, organize suas ideias, trace seus objetivos, alinhando a comunicação entre você e você mesmo. Esse é o ponto de partida ideal para o sucesso.

Kassia Angelo Astolpho

Acredita que a chave para relacionamentos duradouros vem da prevenção, identificando possíveis problemas futuros e, da manutenção diária da comunicação e cuidado entre o casal.

Kassia é advogada especialista em Direito de Família e Sucessões, sócia do escritório de advocacia Valentim e Astolpho, atua no mercado jurídico há nove anos e é uma das idealizadoras Instagram @valentimeastolpho e também produz conteúdo em seu Instagram pessoal @kassiastolpho.

Atualmente é membro da Comissão de Direito de Família e Sucessões da OAB/ES e sua missão é ajudar as famílias a manterem seus laços fortalecidos.

E-mail: kassia@valentimeastolpho.com.br

O que teremos na coluna Direito de Família e Relacionamento

Relacionar-se de maneira inteligente é o que as pessoas tem buscado de forma incessante. Entretanto, o que temos visto é um aumento significativo de problemas conjugais e entre familiares, por diversos motivos.

Deste modo, o intuito desta coluna é trazer conteúdos jurídicos esclarecedores, gerando liberdade a partir do conhecimento e, muito mais do que isso, trataremos das causas dos problemas e desentendimentos, com foco em prevenção e consequentemente a evolução das relações interpessoais e familiares.

Kassia Angelo Astolpho

Acredita que a chave para relacionamentos duradouros vem da prevenção, identificando possíveis problemas futuros e, da manutenção diária da comunicação e cuidado entre o casal.

Kassia é advogada especialista em Direito de Família e Sucessões, sócia do escritório de advocacia Valentim e Astolpho, atua no mercado jurídico há nove anos e é uma das idealizadoras Instagram @valentimeastolpho e também produz conteúdo em seu Instagram pessoal @kassiastolpho.

Atualmente é membro da Comissão de Direito de Família e Sucessões da OAB/ES e sua missão é ajudar as famílias a manterem seus laços fortalecidos.

E-mail: kassia@valentimeastolpho.com.br

Salve seu relacionamento – trabalhe na causa do problema

COMO IDENTIFICAR OS INDÍCIOS QUE PODEM FUTURAMENTE GERAR O DIVÓRCIO?

O foco das pessoas, normalmente, é realizar a análise das causas de determinado problema após a sua ocorrência e, muitas vezes está situação acaba de forma dolorosa. Ou seja, a pessoa espera acontecer o divórcio para posteriormente pensar: “Nossa, mas, porque chegamos a este ponto?” E. somente assim, começa a analisar quais foram as reais causas deste acontecimento.

Entretanto, como toda doença possui sintomas, o divórcio, também, apresenta seus “sintomas” que se identificados poderão ser tratados e com isso trabalhamos a prevenção.

Para descobrir se estamos sendo vítimas destes sintomas existem alguns pontos que os cônjuges ou companheiros precisam analisar:

  • Eu tenho receio de conversar com meu parceiro ou parceira sobre assuntos triviais? E sobre questões importantes?
  • Nós conseguimos realizar acordos e combinados sobre o funcionamento da casa e dos filhos para que não recaiam todas as tarefas sobre uma pessoa?
  • Existe diálogo e planejamento financeiro entre o casal em prol da família?
  • Qualquer questão levantada por um dos parceiros é motivo de discussão?
  • Meus filhos estão tendo problemas de comportamento na escola? Tenho sido chamado com frequência para abordar questões comportamentais?
  • Tenho rendido menos que gostaria no trabalho, pois sempre me preocupo em resolver problemas que surgem?

Se você respondeu SIM a pelo menos uma destas perguntas, este é o seu ponto de atenção no relacionamento. Foque nele e trabalhe para sua resolução. Se você respondeu SIM a diversas ou a todas as perguntas, este é o momento de parar e rever o relacionamento como um todo, para que sejam encontradas soluções para cada questão levantada. Lembre-se que o foco é a resolução do problema para a manutenção do relacionamento.

Ao identificar a sua situação, tenha em mente que não podemos controlar ou mudar as atitudes dos outros, mas podemos mudar as nossas posturas. Entenda que seus relacionamentos são reflexos de suas atitudes.

Comece conhecendo sua própria vida, seus anseios, seus objetivos. Trabalhe o autoconhecimento. Depois torne-se uma pessoa melhor, evolua, aprenda, estude, leia e tenha autoconfiança. Quando a sua “casa” interior estiver arrumada, comece a trabalhar diretamente o seu relacionamento.

O relacionamento é uma via de mão dupla, e devemos entrar nele para amar e servir o outro de maneira incondicional. Deste modo, quando há um bem maior a ser cuidado, que é o bem-estar da família, todos começarão a construir algo forte e a trabalhar em prol uns dos outros.

Então, comece agora, identifique onde estão os possíveis indícios dentro do seu relacionamento e comece a trabalhar para curar estas questões uma a uma para que sua união seja fortalecida e nunca quebrada.

Se curtiu este conteúdo ou quer saber mais sobre o assunto, deixe seus comentários e me siga nas redes sociais @kassiastolpho e @valentimeastolpho.

Kassia Angelo Astolpho

Acredita que a chave para relacionamentos duradouros vem da prevenção, identificando possíveis problemas futuros e, da manutenção diária da comunicação e cuidado entre o casal.

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E-mail: kassia@valentimeastolpho.com.br