Slow Beauty: um convite ao autocuidado

Babosa para nutrir os cabelos, chá de camomila para dar brilho, borra de café esfoliante e abacate para hidratar a pele. Certamente você ouviu falar sobre essas receitas e teve uma sensação nostálgica, pensando se tratar de “dicas de vó”. Mas é justamente esse resgate às tradições que o movimento slow beauty propõe: menos cosméticos industrializados e mais práticas de autocuidado.

Nos últimos anos, passamos a ter mais consciência dos produtos que consumimos e nos preocupamos mais em ter uma alimentação saudável e natural. Aprendemos a ler os rótulos no supermercado e a comprarmos alimentos orgânicos, menos processados e com teor reduzido de substâncias artificiais. E essa lógica se estendeu ao universo da beleza. Afinal, a pele é o maior órgão do nosso corpo, tudo que usamos nela pode chegar até a corrente sanguínea, e os cosméticos convencionais estão repletos de componentes tóxicos.

Na contramão desse movimento, a indústria da beleza se concentrou em oferecer produtos com performance química e tecnologia de ponta. Abusam da mensagem implícita de um ideal a ser alcançado, incentivando a busca das mulheres por uma beleza irreal, baseada em padrões estereotipados e inatingíveis.O slow beauty contraria essa tendência: propõe um novo olhar para os rituais de beleza. Mais abrangente, ele une beleza, alimentação e bem-estar.

A proposta é desacelerar. Livre dos excessos, ganha-se mais consciência do próprio corpo e até mesmo do processo natural de envelhecimento. Os rituais de beleza deixam de ser uma guerra contra os sinais do tempo e se transformam em uma celebração da qualidade de vida. Além disso, encoraja um pé no freio do consumo e uma maior preocupação com a procedência dos produtos, se apropriando do uso de matérias-primas da natureza.

O óleo de coco, por exemplo, pode ser usado de diversas maneiras, como pré-shampoo, hidratante corporal, demaquilante, reparador de pontas e até como enxaguante bucal. É possível nutrir a pele, os cabelos e as unhas com ingredientes que você tem na cozinha, frutas, ervas e óleos vegetais.

Não existe regra, nem um ritual de transição para o slow beauty. Há quem defenda (e eu tendo a concordar) que não adianta ser radical e excluir todos os cosméticos convencionais, pois tudo depende de ouvir o próprio corpo.

Acompanho o trabalho da Marcela Rodrigues, que é uma das mais conhecidas praticantes de slow beauty. Em seu blog ‘A Naturalíssima’, ela compartilha diversas receitas de cosméticos caseiros e rituais de beleza e diz: “a questão é que beleza natural é simples, mas a transição não é simplória, tampouco rápida. É muito mais do que fazer substituições e reproduzir receitas. Pede presença, calma, alma. Poético demais? E é. Mas também é um caminho de realismo com gentileza”. Essa tendência estimula cada vez mais mulheres a enxergarem o conceito de beleza com outros olhos. Muitas assumem seus cabelos cacheados, suas marcas do tempo e seu corpo “fora dos padrões”. Uma verdadeira libertação da cultura opressiva da beleza midiática, tão insistentemente disseminada. Devagar a gente entende que bonito mesmo é ser real.

Se quiser aprender um pouco mais sobre cosméticos naturais e orgânicos, deixe sua dúvida aqui!

Maraisa Marques é consultora de imagem, produtora de conteúdo e entusiasta da sustentabilidade na moda. Formada em Comunicação Social e atualmente se especializando em Semiótica. É autora do site Estilo com Alma, onde fala de imagem pessoal, consumo de moda consciente, beleza natural e autoconhecimento.

Conheça mais em: @estilocomalma | estilocomalma@gmail.com

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